Pular para o conteúdo principal
Trump cita que Bolsonaro 'passa por muita coisa', e Eduardo diz que tema 'claramente incomoda' Lula
Geral 26/10/2025 14:52 Relevância: 15

Trump cita que Bolsonaro 'passa por muita coisa', e Eduardo diz que tema 'claramente incomoda' Lula

BRASÍLIA - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comentou sobre a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, ao ser questionado por jornalistas durante parte da reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Para o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), o assunto "claramente incomoda" o presidente brasileiro. Trump e Lula se encontraram na Malásia neste domingo (26/10) e conversaram por quase uma hora sobre impasses entre os dois países.
Ao ser questionado sobre Bolsonaro, Trump respondeu: "Eu sempre gostei dele. Me senti mal com o que aconteceu com ele. Eu sempre o considerei um negociador duro. Ele está passando por muita coisa".
"Lula encontra Trump e na mesa um assunto que claramente incomoda o ex-presidiário: BOLSONARO. Imagine o que foi tratado a portas fechadas?", reagiu Eduardo em uma publicação no X. O deputado está desde fevereiro nos EUA em busca de sanções contra autoridades que conduzem processos que miram sua família e tem buscado minimizar a aproximação entre Lula e Trump, de quem diz ser aliado.
Em outra publicação, Eduardo pediu que seus seguidores fizessem uma leitura corporal do encontro e afirmou que o presidente dos EUA e Bolsonaro têm um "interessante laço" que "é a empatia".
"A capacidade de Donald Trump se colocar no lugar de Jair Bolsonaro e imaginar que, quando sair da presidência, Lula e sua equipe apoiarão a lawfare que certamente Trump sofrerá", escreveu.
Lula afasta razão para desavenças e Trump fala em acordos
Parte do encontro bilateral foi transmitido. Lula declarou que "o Brasil tem todo interesse em ter uma relação extraordinária com os Estados Unidos". "Não há nenhuma razão para que haja qualquer desavença entre Brasil e EUA", disse.
O brasileiro afirmou que levou por escrito "uma longa pauta" e observou não saber se Trump "teria tempo". "O que nós temos certeza é que quando dois presidentes sentam em uma mesa (e) cada um coloca os seus pontos de vista, os seus problemas, a tendência natural é você encaminhar para chegar a um acordo", destacou.
Lula lembrou que no sábado (25/10) já tinha se manifestado "otimista" com a "possibilidade" de avanço na "manutenção da relação mais civilizada possível entre Brasil e Estados Unidos". "E que pretendemos manter", completou.
Já Trump afirmou que Brasil e Estados Unidos podem chegar a "bons acordos", mas negou que as tarifas aplicadas a produtos brasileiros sejam injustas. O tarifaço de 50% imposto pelos EUA, que começou a ser aplicado em agosto, foi um dos assuntos da reunião.
A intenção de Lula era mostrar, por exemplo, que o país norte-americano tem superávit com o Brasil e que as taxações "não têm sustentação". O líder brasileiro chegou a pedir a suspensão das tarifas por um período de negociação.
O norte-americano ressaltou que tem "respeito" por Lula e pelo Brasil e indicou a expectativa por um bom relacionamento. Ao comentar sobre a possibilidade de acordo, o líder dos EUA sinalizou que os dois lados podem oferecer algo, mas não adiantou condições.
As sanções a autoridades brasileiras também foram levadas por Lula para a reunião. O governo dos EUA puniu, por exemplo, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e sua esposa, a advogada Viviane Barci, com a Lei Magnitsky, que prevê bloqueios financeiros.
Conversa com 'saldo ótimo', diz chanceler
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que a reunião "foi muito positiva e produtiva", e que "o saldo final é ótimo". Ele acrescentou que Lula e Trump trataram de todos os assuntos pendentes entre os dois países em "uma conversa muito descontraída, muito alegre, até".
O chanceler declarou que as equipes dos dois presidentes devem se reunir ainda neste domingo para dar encaminhamento à negociação bilateral. "Nós esperamos em pouco tempo, em algumas semanas, concluir uma negociação bilateral que trate de cada um dos setores da atual tributação americana ao Brasil", frisou.
"O presidente Trump declarou admirar o perfil da carreira política do presidente Lula. Estabeleceram que haverá visitas recíprocas. O presidente Trump quer ir ao Brasil e o presidente Lula aceitou também, disse que irá com prazer aos Estados Unidos. O presidente Trump disse que admira o Brasil, que gosta imensamente do Brasil e do povo brasileiro", destacou.

Selecione uma estação

-