
Geral
27/09/2025 17:04
Fonte: Exame
Por: Exame
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Projeto brasileiro é primeiro do mundo a unir créditos de carbono de alta qualidade e impacto social | Exame
"O Brasil tem um duplo desafio. É conservar o que ainda está de pé e remunerar por este serviço e também restaurar o passivo do desmatamento", destacou Fábio Galindo, CEO da Future Climate, em entrevista à EXAME.
Às vésperas da COP30, a empresa celebra um feito grandioso: a aprovação do primeiro projeto de conservação florestal com impacto social dentro do mercado de carbono.
Se trata de uma fazenda de 7 mil hectares em Rio Preto, no Mato Grosso, com 4 mil hectares de floresta amazônica preservada, e que irá gerar[grifar] 70 mil toneladas de CO2 equivalente referentes ao período de 2021 a 2025.
Na primeira etapa, os recursos financiam três iniciativas: a cadeia do mel comunitário (100% doado para asilos e escolas públicas da região), hortas lideradas por cooperativas locais, e o fortalecimento do viveiro municipal para recuperação de nascentes.
Outro pioneirismo é a aprovação pela metodologia "VM0048" da certificadora internacional Verra, considerada a de mais alta qualidade do setor.
Segundo o CEO, dá sinais claros de que iniciativas brasileiras estão à frente em soluções de alta integridade e que o Brasil está na vanguarda em créditos de carbono com indicadores claros de impacto social e climático.
"Queremos ser modelo global, demonstrando como a alta integridade e a inclusão social podem ser motores de financiamento para a natureza", disse.
A metodologia traz um diferencial técnico: enquanto a anterior (VM0015) permitia que o próprio desenvolvedor do projeto definisse quanto carbono havia estocado na área -- criando o que Fábio denomina como "incentivo perverso" -- a nova estabelece uma linha de base dinâmica e definida pela própria Verra através de tecnologia em satélites.
O projeto foi aprovado em julho de 2025 e agora passa pelo processo de inventário de biomassa florestal e auditoria. Os primeiros 70 mil créditos de carbono, referentes ao período de 2021 a 2025, devem ser emitidos em dezembro.
A abordagem se reflete diretamente no preço. Enquanto o preço médio do carbono no mercado é de US$ 4,50, a Future negocia a US$ 13,40 -- quase 200% acima.
"O comprador prefere pagar mais caro pois está escolhendo reputação, impacto e qualidade", destacou Fábio.
A iniciativa está alinhada com o conceito da Future Climate de "Beyond Carbon" (Além do Carbono), que considera um crédito de carbono muito mais do que apenas uma tonelada evitada ou removida da atmosfera e defende a inclusão de integridade, biodiversidade e desenvolvimento social.
Na prática, o projeto protege mais de 2 milhões de árvores, mais de 100 espécies de flora e mais de 500 espécies de fauna. São 12 quilômetros de rio -- parte da formação da Bacia do Pantanal -- e mais de 70 nascentes preservadas.
No solo e nas árvores da área florestal, estão estocadas mais de 3 milhões de toneladas de carbono.
"O mercado é uma ferramenta de oportunidade de diminuição da injustiça econômica, social e ambiental do Brasil", afirmou o CEO. "Os projetos que vão ter melhor preço são os que têm repartição de benefícios", defendeu.
O projeto está inserido no conceito de "fazenda sustentável" da Future Climate -- uma propriedade que combina agricultura regenerativa, integração lavoura-pecuária e preservação ambiental acima do exigido por lei.
O proprietário tem três fontes de receita: "a safra do boi, a safra dos grãos e a safra do carbono", exemplificou Fábio.
Com aprovação por 40 anos, passa por uma auditoria anual. A cada verificação de conservação, novos créditos são gerados, em um modelo que remunera a preservação de forma contínua.
O timing é estratégico: o Brasil aprovou o mercado regulado de carbono regulado no final de 2024, inspirada nas melhores práticas internacionais. Para o executivo, isso coloca o país em posição privilegiada e o coloca em potencial para ser o maior fornecedor global de créditos de carbono.
A Future Climate gerencia atualmente 78 projetos de geração de créditos de carbono, totalizando 200 milhões de créditos sob gestão.
O portfólio inclui 10 de conservação florestal, 8 de restauração (40 mil hectares), duas concessões de unidades de conservação no Amazonas (6,5 milhões de hectares), além de iniciativas de energias renováveis.
Recentemente, a empresa também firmou uma parceria público-privada com o Maranhão para desenvolver o que pode ser o primeiro projeto de carbono azul do Brasil, focado no estoque dos manguezais.
Às vésperas da COP30, a empresa celebra um feito grandioso: a aprovação do primeiro projeto de conservação florestal com impacto social dentro do mercado de carbono.
Se trata de uma fazenda de 7 mil hectares em Rio Preto, no Mato Grosso, com 4 mil hectares de floresta amazônica preservada, e que irá gerar[grifar] 70 mil toneladas de CO2 equivalente referentes ao período de 2021 a 2025.
Na primeira etapa, os recursos financiam três iniciativas: a cadeia do mel comunitário (100% doado para asilos e escolas públicas da região), hortas lideradas por cooperativas locais, e o fortalecimento do viveiro municipal para recuperação de nascentes.
Outro pioneirismo é a aprovação pela metodologia "VM0048" da certificadora internacional Verra, considerada a de mais alta qualidade do setor.
Segundo o CEO, dá sinais claros de que iniciativas brasileiras estão à frente em soluções de alta integridade e que o Brasil está na vanguarda em créditos de carbono com indicadores claros de impacto social e climático.
"Queremos ser modelo global, demonstrando como a alta integridade e a inclusão social podem ser motores de financiamento para a natureza", disse.
A metodologia traz um diferencial técnico: enquanto a anterior (VM0015) permitia que o próprio desenvolvedor do projeto definisse quanto carbono havia estocado na área -- criando o que Fábio denomina como "incentivo perverso" -- a nova estabelece uma linha de base dinâmica e definida pela própria Verra através de tecnologia em satélites.
O projeto foi aprovado em julho de 2025 e agora passa pelo processo de inventário de biomassa florestal e auditoria. Os primeiros 70 mil créditos de carbono, referentes ao período de 2021 a 2025, devem ser emitidos em dezembro.
A abordagem se reflete diretamente no preço. Enquanto o preço médio do carbono no mercado é de US$ 4,50, a Future negocia a US$ 13,40 -- quase 200% acima.
"O comprador prefere pagar mais caro pois está escolhendo reputação, impacto e qualidade", destacou Fábio.
A iniciativa está alinhada com o conceito da Future Climate de "Beyond Carbon" (Além do Carbono), que considera um crédito de carbono muito mais do que apenas uma tonelada evitada ou removida da atmosfera e defende a inclusão de integridade, biodiversidade e desenvolvimento social.
Na prática, o projeto protege mais de 2 milhões de árvores, mais de 100 espécies de flora e mais de 500 espécies de fauna. São 12 quilômetros de rio -- parte da formação da Bacia do Pantanal -- e mais de 70 nascentes preservadas.
No solo e nas árvores da área florestal, estão estocadas mais de 3 milhões de toneladas de carbono.
"O mercado é uma ferramenta de oportunidade de diminuição da injustiça econômica, social e ambiental do Brasil", afirmou o CEO. "Os projetos que vão ter melhor preço são os que têm repartição de benefícios", defendeu.
O projeto está inserido no conceito de "fazenda sustentável" da Future Climate -- uma propriedade que combina agricultura regenerativa, integração lavoura-pecuária e preservação ambiental acima do exigido por lei.
O proprietário tem três fontes de receita: "a safra do boi, a safra dos grãos e a safra do carbono", exemplificou Fábio.
Com aprovação por 40 anos, passa por uma auditoria anual. A cada verificação de conservação, novos créditos são gerados, em um modelo que remunera a preservação de forma contínua.
O timing é estratégico: o Brasil aprovou o mercado regulado de carbono regulado no final de 2024, inspirada nas melhores práticas internacionais. Para o executivo, isso coloca o país em posição privilegiada e o coloca em potencial para ser o maior fornecedor global de créditos de carbono.
A Future Climate gerencia atualmente 78 projetos de geração de créditos de carbono, totalizando 200 milhões de créditos sob gestão.
O portfólio inclui 10 de conservação florestal, 8 de restauração (40 mil hectares), duas concessões de unidades de conservação no Amazonas (6,5 milhões de hectares), além de iniciativas de energias renováveis.
Recentemente, a empresa também firmou uma parceria público-privada com o Maranhão para desenvolver o que pode ser o primeiro projeto de carbono azul do Brasil, focado no estoque dos manguezais.