
Digital
07/09/2025 04:19
Fonte: Estadão
Por: Estadão
★
Relevância: 15
Opinião | FAM 2025: A arte engajada de Alí Primera
FLORIANÓPOLIS - Alí Primera. O que esse nome diz para o público brasileiro? Pouco ou nada, pois, como se sabe, vivemos de costas para o nosso continente. No entanto, é um nome muito popular na Venezuela. Um ídolo de massas, morto precocemente e de forma suspeita. Dá nome ao segundo longa apresentado na mostra competitiva do FAM, dirigido por Daniel Yegres.
A estrutura narrativa proposta é algo manjada, mas não há motivo para ser evitada. O filme começa por um atentado a Alí Primera e depois entra num flashback para contar sua história desde o início. O suposto acidente retorna ao final, para dar fecho a uma trajetória politica incômoda para os gringos e para os entreguistas locais. Acidente ou assassinato? O filme não esconde sua posição em relação aos fatos. Não é esse o problema. O cinema tem o direito (talvez o dever) de interpretar. A questão é uma certa superficialidade ao tratar dos fatos.
Para nós, sobra a curiosidade em relação a um personagem tão rico. Precisamos redescobrir e, no caso do Brasil, descobrir a arte de Alí Primera, que, aliás, está bem contemplada nos serviços de streaming. Hoje não há mais desculpas para a ignorância. Mesmo porque Primera conviveu com artistas brasileiros como Chico Buarque. Estiveram juntos num mesmo show na Nicarágua em 1983. A responsabilidade política da classe artística e seu compromisso com o povo que a idolatra está no texto e no subtexto desse filme irregular, porém estimulante.
A estrutura narrativa proposta é algo manjada, mas não há motivo para ser evitada. O filme começa por um atentado a Alí Primera e depois entra num flashback para contar sua história desde o início. O suposto acidente retorna ao final, para dar fecho a uma trajetória politica incômoda para os gringos e para os entreguistas locais. Acidente ou assassinato? O filme não esconde sua posição em relação aos fatos. Não é esse o problema. O cinema tem o direito (talvez o dever) de interpretar. A questão é uma certa superficialidade ao tratar dos fatos.
Para nós, sobra a curiosidade em relação a um personagem tão rico. Precisamos redescobrir e, no caso do Brasil, descobrir a arte de Alí Primera, que, aliás, está bem contemplada nos serviços de streaming. Hoje não há mais desculpas para a ignorância. Mesmo porque Primera conviveu com artistas brasileiros como Chico Buarque. Estiveram juntos num mesmo show na Nicarágua em 1983. A responsabilidade política da classe artística e seu compromisso com o povo que a idolatra está no texto e no subtexto desse filme irregular, porém estimulante.