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MDB no Senado critica Blindagem, mas partido entregou 80% de seus votos para PEC na Câmara
Radio 19/09/2025 00:17 Fonte: O TEMPO Por: O TEMPO Relevância: 15

MDB no Senado critica Blindagem, mas partido entregou 80% de seus votos para PEC na Câmara

BRASÍLIA - A rejeição à PEC da Blindagem entre senadores do MDB não encontra respaldo entre os deputados filiados ao partido. Enquanto o líder da sigla no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), criticou a proposta de emenda à Constituição, 83% da bancada do MDB na Câmara votou a favor da super-proteção para políticos.
Deputados concluíram na quarta-feira (17/9) a votação da PEC da Blindagem em dois turnos. Ela é patrocinada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e pelo centrão. A aprovação da proposta empurra para o Senado a responsabilidade de barrá-la ou dar continuidade a ela. A tendência é que os senadores não avalizem a PEC.
A questão da blindagem expõe as divergências no MDB. A Câmara votou a proposição em dois turnos. No primeiro e no segundo, o partido apresentou cinco votos contrários -- entre eles o do presidente da sigla, Baleia Rossi (MDB-SP). Por outro lado, o líder do MDB, Isnaldo Bulhões (AL), repetiu o gesto da maioria e votou pela aprovação da PEC.
No primeiro turno, o partido entregou 35 votos pela aprovação; dois deputados não registraram voto. No segundo, o número de votos favoráveis caiu para 32, enquanto as ausências aumentaram para cinco. A aprovação da PEC com o apoio majoritário de deputados do MDB gerou reações em sentido contrário no Senado.
Oficialmente, o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), indicou antecipadamente que o partido não aceitará a PEC. Na avaliação dele, a blindagem transformaria a imunidade parlamentar em "impunidade universal". "A aprovação desta PEC implodiria a igualdade, criando castas ao blindar deputados e senadores", rejeitou Braga.
Também crítico à proposta, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) a classificou como retrocesso. "Seria essa uma PEC do PCC? Se nós aprovarmos, os criminosos do PCC vão disputar mandatos em todo Brasil para vir buscar impunidade no Congresso", declarou em sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta quarta-feira.
A rejeição à PEC encontra respaldo entre os ministros do MDB. Simone Tebet, do Planejamento, elogiou a posição do líder Eduardo Braga. Renan Filho, ministro dos Transportes, apelidou a proposta de "PEC da Bandidagem", repetindo o que parlamentares têm feito nas últimas horas.
Deputados ignoraram líder na anistia
No centrão, o MDB é o partido que melhor se relaciona com o Palácio do Planalto e o único a firmar posição contrária à urgência do projeto de lei da anistia. Na sessão de quarta-feira, o líder Isnaldo Bulhões discursou contra a aprovação da urgência. Em apelo ao próprio partido e a outros deputados, ele pediu voto contrário à anistia.
O pedido não deu certo. O MDB entregou 21 votos para a aprovação da urgência. Apenas 14 deputados, entre eles Bulhões e o presidente Baleia Rossi, votaram contra. Dois parlamentares do partido se abstiveram de votar e cinco não apareceram na sessão da Câmara.

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