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Lula e Trump: Expectativa é de que encontro ocorra no domingo (26/10), na Malásia
Geral 25/10/2025 00:12 Relevância: 15

Lula e Trump: Expectativa é de que encontro ocorra no domingo (26/10), na Malásia

BRASÍLIA - A expectativa do Palácio do Planalto é de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontre no próximo domingo (26/10), por volta das 7h (horário de Brasília), com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Malásia. Entre os assuntos que devem ser tratados estão as tarifas de 50% impostas aos produtos brasileiros e as sanções contra autoridades brasileiras.
Mais cedo, Lula afirmou que pode discutir qualquer assunto com o presidente norte-americano. Apesar de o encontro ainda não estar oficialmente confirmado pelas diplomacias, Lula tratou a agenda como certa ao responder a perguntas de jornalistas em Jacarta, na Indonésia, nesta sexta-feira (24/10).
"Não existe veto a nenhum assunto. Não tem assunto proibido para um país do tamanho do Brasil conversar com um país do tamanho dos Estados Unidos. Podemos discutir de Gaza à Ucrânia, de Rússia a Venezuela, materiais críticos, minerais, terras raras. Qualquer assunto", afirmou o petista.
Na conversa com o líder americano, Lula pretende argumentar contra o tarifaço de 50% imposto pelos EUA às exportações brasileiras. O presidente brasileiro quer mostrar, por exemplo, que o país norte-americano tem um superávit de US$ 410 bilhões nas relações comerciais com o Brasil nos últimos 15 anos. Segundo ele, houve um "equívoco" nas taxações, que "não têm sustentação".
Lula deve tratar, ainda, das sanções a autoridades do Judiciário e do Executivo brasileiro, como a aplicação da Lei Magnitsky sobre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e a revogação dos vistos de outros membros da Corte.
"A tese de que não temos direitos humanos no Brasil não tem veracidade. Quem comete crime no Brasil é julgado e quem for considerado culpado é punido", disse Lula, em referência ao julgamento que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e é criticado pelo governo americano.
Esses assuntos já foram abordados pelo presidente brasileiro durante o telefonema com Trump, no último dia 6. Na ocasião, Trump designou o secretário de Estado, Marco Rubio, para dar sequência às negociações. Na semana passada, Rubio se encontrou com o chanceler Mauro Vieira para definir um cronograma.
Ações militares dos EUA na região podem ser abordadas
Outro tema que deve ser abordado no encontro são as ações militares dos Estados Unidos nas regiões costeiras da Venezuela e da Colômbia a pretexto de combater o tráfico de drogas e o terrorismo. Lula já demonstrou incômodo com a ofensiva militar dos EUA no mar do Caribe e, mais recentemente, no Oceano Pacífico, próximo à costa colombiana.
"Você tem que prender as pessoas, julgar, saber se estavam ou não traficando, e aí punir de acordo com a lei. Você não pode simplesmente dizer que vai combater o narcotráfico na terra dos outros sem levar em conta a Constituição dos outros países, a autodeterminação dos povos ou a soberania territorial. Se o mundo ficar uma terra sem lei, fica difícil viver. Se o presidente Trump quiser discutir esse assunto comigo, terei imenso prazer", declarou o petista.
Inclusive, ao comentar a ofensiva militar do governo dos Estados Unidos sobre embarcações no litoral da Venezuela, o presidente brasileiro deu uma declaração controversa, que gerou polêmica, nesta sexta-feira. O petista disse que traficantes também são "vítimas dos usuários" de drogas.
"Todo mundo, quando a gente fala em combater as drogas, possivelmente, fosse mais fácil a gente combater os nossos viciados internamente, os usuários. Os usuários são responsáveis pelos traficantes, que são vítimas dos usuários também", disse, em entrevista coletiva.
Em seguida, Lula se retratou, por meio de uma nota divulgada no X em que alegou que fez uma "frase mal colocada".
"Fiz uma frase mal colocada nesta quinta e quero dizer que meu posicionamento é muito claro contra os traficantes e o crime organizado", diz trecho da nota.

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