'Memória do Dia' irá homenagear e manter vivo o legado de diversos nomes importantes que já deram sua contribuição à cidade
Luiz Antônio Pimentel: um dos nomes mais icônicos da arte e da cultura de NiteróiDivulgação
Niterói - Para estrear a coluna 'Memória do Dia', hoje relembramos a vida e o legado de Luiz Antônio Pimentel, uma das figuras mais importantes da cultura e da literatura em Niterói. Nascido em 29 de março de 1912, em Miracema, Pimentel se mudou para Niterói ainda criança, cidade que adotou e onde consolidou sua influente trajetória. Ele faleceu em 2015, aos 103 anos, deixando um legado imensurável para a história e a cultura local.
Pimentel foi um jornalista dedicado, poeta, pesquisador e um dos precursores do haicai no Brasil. Sua paixão pelas palavras e pela fotografia o levou a contribuir de forma ativa para a preservação da memória e das tradições de Niterói. Ele foi membro da Academia Fluminense de Letras (AFL) e da Academia Niteroiense de Letras (ANL), além de ter sido presidente de honra do Grupo Monaco de Cultura. Uma das grandes proezas do Pimentinha, como era chamado pelos colegas jornalistas mais próximos, foi ter escrito a letra de uma música gravada por Carmem Miranda. "Fogueira do Meu Coração" é uma marchinha composta por Pimentel e Mário Travassos de Araújo e é uma das primeiras gravações de Carmen Miranda na Odeon.
Durante sua carreira, Pimentel escreveu 15 livros, entre eles "Contos do velho Nipon" (1940), "Tankas e haicais" (1953) e "Cem haicais eróticos e um soneto de amor nipônico" (2004). Sua obra literária é marcada pela influência da cultura japonesa, especialmente do haicai, estilo de poesia que ele ajudou a popularizar no Brasil. Em 2008, durante a gestão do ex-secretário de Cultura Marcos Gomes, época em que o Prefeito de Niterói era Godofredo Pinto, o selo literário institucional da cidade relançou a maioria das obras de Pimentel.
Além de sua contribuição literária, Pimentel foi um ativista da preservação da memória histórica de Niterói. Na década de 1980, ele liderou a luta vitoriosa que levou à implosão do esqueleto de 13 andares do prédio onde seria instalado o Palácio da Justiça de Niterói. Vinte anos depois, a Praça da República foi reconstruída com suas características originais, recompondo o casario histórico da Avenida Amaral Peixoto.
Pimentel também foi um dos fundadores da Sociedade Fluminense de Fotografia, sempre valorizando as artes visuais como forma de expressão e documentação histórica. Seu engajamento nas causas culturais fez com que fosse reconhecido como uma figura essencial na consolidação das instituições culturais de Niterói. Após sua morte, o túnel que liga a região de Charitas ao Cafubá, em Piratininga, foi inaugurado e ganhou o nome de Túnel Luiz Antônio Pimentel.
Hoje, seu nome continua ecoando como sinônimo de dedicação à arte e à memória de uma cidade que ele tanto amou e fortaleceu. A memória de Luiz Antônio Pimentel permanece viva em suas obras e nas instituições culturais que ele ajudou a construir, inspirando novas gerações a valorizar e preservar a rica história de Niterói.