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Jerusa chega ao recorde de 13 medalhas, e Brasil vence Mundial paralímpico de atletismo
Geral 05/10/2025 14:23 Fonte: ge Por: ge Relevância: 30

Jerusa chega ao recorde de 13 medalhas, e Brasil vence Mundial paralímpico de atletismo

Dobradinha brasileira: Jerusa Geber é campeã dos os 200m T12 no Mundial de Atletismo Paralímpico; Thalita Simplício leva o bronze

Um dia que ficará marcado na história. Neste domingo, Jerusa Geber correu não apenas por uma medalha, mas para eternizar seu nome no atletismo brasileiro. A velocista voou na pista e conquistou com folga o ouro nos 200m T11 no Mundial paralímpico de atletismo, somando o 13° pódio da carreira na competição. Com isso, ela superou Terezinha Guilhermina e tornou-se a maior medalhista do Brasil em mundiais. Ainda teve dobradinha no pódio com Thalita Simplício, que ficou com o bronze. Somando 44 medalhas e 15 ouros ao todo, o Brasil superou a China e terminou no topo do quadro pela primeira vez.

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Jerusa Geber é ouro nos 200m T11 -- Foto: REUTERS

Jerusa Geber completou a prova ao lado do guia Gabriel Garcia em apenas 24s88, seu melhor tempo na temporada, conquistando o ouro nos 200m T11 (classe destinada aos atletas com deficiência visual). A brasileira teve uma ótima largada e deixou para trás com folga a chinesa Liu Yiming, que finalizou em 25s54 e ficou com a prata. O Brasil ainda teve uma dobradinha no pódio com Thalita Simplício, que levou o bronze ao terminar em 25s97.

Jerusa supera Terezinha Guilhermina

Com o ouro nos 200m T11 neste último de campeonato em Nova Déli, Jerusa chegou a 13 medalhas na competição, sagrando-se a maior medalhista do Brasil (entre homens e mulheres) em mundiais. Com isso, ela bateu o recorde da icônica Terezinha Guilhermina, que também competia na classe T11.

-- Estou muito feliz: os dois objetivos concluídos com sucesso. Que eram o tetra e sair daqui como a maior medalhista. Estou muito feliz, estou saindo sem nenhuma dor, nenhuma lesão. Agradeço a todos que torceram. Agradeço ao Gabriel, que treina muito e está preparado para correr sempre ao meu lado. Campeonato Mundial concluído com muito sucesso. É claro que eu quero penta, quero hexa, quero tudo. Até onde eu aguentar, quero ir -- falou Jerusa após a prova.

Jerusa agora tem sete ouros, cinco pratas e um bronze em mundiais paralímpicos. A brasileira ainda conquistou o tetracampeonato nos 100m T11 neste Mundial na Índia. Aos 43 anos, Jerusa compete em Paralimpíadas desde Pequim 2008 e soma seis medalhas. É a atual campeã dos 100m e dos 200m T11, títulos que também conquistou ao lado do guia Gabriel Garcia, atleta que esteve no revezamento 4x100m do Brasil nas Olimpíadas de Paris.

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Jerusa Geber e Thalita Simplício fazem dobradinha nos 200m T11 -- Foto: Cris Mattos/CPB

Jerusa nasceu totalmente cega. Ao longo da vida, fez algumas cirurgias que possibilitaram que ela enxergasse um pouco, mas voltou a perder totalmente a visão aos 18 anos. Conheceu o esporte paralímpico aos 19, a convite de um amigo também deficiente visual. Em 2019, ela se tornou a primeira atleta cega a correr os 100m abaixo dos 12s. É a atual recordista mundial nos 100m pela classe T11, com o tempo de 11s80.

Clara Daniele é ouro após recurso nos 200m T12

Clara Daniele abriu esse dia histórico para o Brasil com a medalha de prata na final dos 200m T12 (deficiência visual). A brasileira terminou com o tempo de 24s42, melhor marca da carreira, em segundo lugar. Porém, após o recurso da arbitragem acusando uma irregularidade do guia, a venezuelana Alejandra Paola foi desclassificada, deixando o ouro com o Brasil. A Venezuela chegou a contestar a decisão, mas a medalha foi confirmada para a brasileira, que está estreando em mundiais.

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Clara Daniele Barros da Silva quebra recorde pessoal e conquista a prata dos 200m T12 no Mundial de Atletismo Paralímpico

Depois da desclassificação da venezuelana por um puxão do guia, a prata ficou com a indiana Simran, que finalizou com 24s46. Shen Yaqin, da China, levou o bronze ao finalizar em 25s30.

Brasil no topo do quadro de medalhas 🥇

O Brasil terminou o Mundial no topo do quadro de medalhas pela primeira vez na história. Além dos ouros neste domingo, Maria Clara Augusto conquistou a prata na final dos 200m T47 (deficiência nos membros superiores). A brasileira conseguiu seu melhor tempo na temporada ao terminar em 24s77. Esse foi o terceiro pódio da velocista em Nova Déli. Ela também levou o ouro nos 400m e a prata nos 100m. Com isso, Maria Clara é a atleta do Brasil que mais subiu ao pódio neste Mundial.

O ouro na decisão foi para a equatoriana Kiara Rodriguez, com 24s34, novo recorde mundial da disputa. Já o bronze ficou com a neozelandesa Anna Grimaldi, que cruzou a linha em 24s82.

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Maria Clara Augusto quebra recorde pessoal e conquista a prata dos 200m T47 no Mundial de Atletismo Paralímpico

O dia ainda teve o bronze de Edenilson Roberto, que somou mais uma medalha para o Brasil no arremesso do peso F63 (amputados de membros inferiores com prótese). O brasileiro conseguiu a marca de 14,96m na terceira tentativa, mas ficou na expectativa da disputa, que foi acirrada até o fim. O britânico Aled Davies levou o ouro com 16,44m, e a prata foi para Faisal Sorour, do Kuwait, que fez 16,28m.

Com as medalhas do Brasil neste último dia de competição, o país encerrou como líder do quadro de medalhas pela primeira vez na história. Os brasileiros tiveram 15 ouros, 20 pratas e 9 bronzes, totalizando 44 medalhas. A China ficou em segundo lugar, com mais pódios (52), mas menos ouros (13), que são as medalhas que mais contam na disputa. A terceira posição ficou com o Irã, com 9 ouros e 16 medalhas ao todo.

O recorde do Brasil em pódios foram os 47 alcançados em Paris 2023. No ano passado, na cidade japonesa de Kobe, os brasileiros tiveram o maior número de ouros: 19. Apesar dos recordes, o país nunca tinha conseguido o topo do quadro de medalhas.

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Outros resultados do Brasil

Aser Almeida também competiu na final do salto em distância T36 (paralisia cerebral), mas não conseguiu um lugar no pódio. Na melhor de seis tentativas, o brasileiro atingiu a marca de 5,70m, terminando em quinto lugar.

Alan Fonteles terminou em quarto na decisão dos 400m T62 (amputados de membros inferiores com prótese). O brasileiro não teve uma boa largada e finalizou em 59s03, com uma diferença de 11s49 para o primeiro colocado.

Wallison Fortes encerrou a competição para o Brasil nos 200m T64 (categoria destinada aos atletas amputados de membros inferiores com prótese). O brasileiro perdeu a velocidade na metade da prova e foi ultrapassado, fechando na quinta posição com 22s79.

Rayane Soares não competiu na final dos 400m T13 (deficiência visual). A brasileira teve um problema físico e optou por não disputar a prova. Mais informações sobre a saúde da velocista ainda não foram divulgadas.

Medalhas do Brasil no último dia de Mundial

🥇Jerusa Geber - 200m T11

🥇Zileide Cassiano - salto em distância T20

🥇Clara Daniele - 200m T12

🥈Maria Clara Augusto - 200m T47

🥉Thalita Simplício - 200m T11

🥉Edenilson Floriani - arremesso do peso F63

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