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26/09/2025 23:43
Fonte: Jornal de Brasília
Por: Jornal de Brasília
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Ibovespa tem leve alta de 0,10% no dia, aos 145,4 mil, mas cede 0,29% na semana - Jornal de Brasília
São Paulo, 26 - Defendendo a linha dos 145 mil pontos - após ter chegado esta semana por duas vezes seguidas a recordes de fechamento, na casa dos 146 mil, e no intradia à marca inédita dos 147 mil -, o Ibovespa perseverou em torno da estabilidade ao longo da tarde desta sexta-feira, vindo de correção de 0,81% na sessão anterior, e de -0,52% ainda na segunda-feira. Assim, na semana, o Ibovespa acumulou leve perda de 0,29%, em cima da realização de lucros vista na quinta-feira. Na semana anterior, então já também em máximas históricas, o índice da B3 havia avançado 2,53%.
Da mínima ao pico desta sexta-feira, oscilou dos 145.145,81 aos 146.234,55 pontos, saindo de abertura aos 145.326,12 pontos. Ao fim, marcava leve ganho de 0,10% na sessão, aos 145.446,66 pontos, com giro financeiro reduzido a R$ 16,0 bilhões. No mês, o Ibovespa avança 2,85% e, no ano, tem alta de 20,92%.
"O Brasil tem caminhado junto com demais emergentes, não apenas os da América Latina, nesse movimento de rotação de ativos a partir dos Estados Unidos, e que deve prosseguir, na medida em que o governo Trump busca enfraquecer o dólar. Com o Federal Reserve dando sequência à queda de juros por lá, e a Selic ao que tudo indica ficando aonde já está 15% ao ano ao menos até janeiro do ano que vem, o carry trade segue muito atrativo. O que já é perceptível no fluxo estrangeiro para a Bolsa brasileira", aponta Cesar Mikail, gestor de renda variável na Western Asset. "Quando se coloca tudo em dólar, a bolsa brasileira está ali no grupo, junto com os demais emergentes", em linha, nem atrás nem à frente, destaca ele.
No ano, até o dia 24, o fluxo de capital externo está positivo em R$ 25,618 bilhões na B3, conforme dados da Bolsa. E no mês de setembro, até a mesma data, houve entrada de R$ 4,373 bilhões por parte de estrangeiros, resultado de compras acumuladas de R$ 231,571 bilhões e vendas de R$ 227,198 bilhões.
Para Bruna Centeno, economista e advisor na Blue3 Investimentos, a economia americana segue muito resiliente, conforme os mais recentes dados de atividade e inflação, o que coloca em dúvida dois outros cortes de juros pelo Fed ainda este ano, após a deflagração do ciclo de afrouxamento monetário nos Estados Unidos na semana passada. "Aquela expectativa de diferencial de juros ainda maior entre Brasil e Estados Unidos ficou um pouco mais distante, no momento", acrescenta.
Na B3, o desempenho da sessão foi positivo para os papéis dos maiores bancos, com destaque para Unit de Santander, em alta de 2,31%, na máxima do dia no fechamento. Entre as ações de commodities, Vale ON, principal papel do Ibovespa, mergulhou 1,92%, retirando fôlego do índice da B3. O fechamento foi moderadamente negativo para Petrobras, na ON (-0,63%) e na PN (-0,34%). Na ponta ganhadora do Ibovespa, Pão de Açúcar (+2,59%), Vamos (+2,51%) e ISA Energia (+2,48%). No lado oposto, Braskem (-14,81%), além de MRV (-2,01%) e Vale.
Os títulos de dívida (bonds) da Braskem 2028, de vencimento mais próximo e o principal compromisso financeiro da empresa no médio prazo, abriram em queda de 19% nesta sexta-feira em relação ao fechamento da quinta, diante das informações da empresa de contratação de assessores financeiro e jurídico para avaliar a estrutura de capital da petroquímica. O papel foi negociado a 51% do valor de face, segundo fontes que operam nas mesas de negociação de bonds em Nova York, reporta a jornalista Cynthia Decloedt, da Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
O quadro das expectativas para as ações na B3 no curtíssimo prazo mostra poucas alterações no Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira, em relação à edição anterior. Entre os participantes, a previsão de alta permanece majoritária, com fatia de 55,56%, ainda que abaixo dos 66,67% vistos na última pesquisa. A estimativa de baixa e de estabilidade avançaram, ambas, de 16,67% para 22,22%.
"Após os recordes recentes, o índice adota um compasso mais cauteloso, à espera da agenda econômica da próxima semana, que deve trazer dados importantes de atividade e inflação no Brasil", diz Christian Iarussi, economista e sócio da The Hill Capital. "Dia sem muitas notícias para mexer com o Ibovespa, em que o DI também ficou um tanto de lado, com o principal dado do dia, o índice PCE métrica preferida do Federal Reserve de inflação ao consumidor nos EUA, totalmente dentro do esperado", observa Rodrigo Alvarenga, sócio da One Investimentos.
Após dois pregões de alta firme, em que acumulou valorização de 1,62%, o dólar encerrou a sessão desta sexta-feira, 26, em queda moderada. O real se recuperou em meio a uma onda de desvalorização da moeda norte-americana, após ausência de surpresas negativas na inflação nos EUA e falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) sugerindo espaço para mais cortes de juros.
Com mínima de R$ 5,3360 e máxima de R$ 5,3663, o dólar à vista encerrou a sessão em baixa de 0,49%, a R$ 5,3360.
A divisa termina a semana com ganho de 0,32%, mas caminha para fechar o mês em queda. Até o momento, as perdas são de 1,55% em setembro e de 13,63% no ano.
Apesar de questões políticas domésticas, como as especulações em torno da disposição do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de entrar na corrida presidencial de 2026, analistas afirmam que a formação da taxa de câmbio esteve nesta semana muito atrelada ao comportamento global do dólar.
Uma exceção foi no pregão da terça-feira, 27, quando o dólar furou o piso de R$ 5,30 e fechou a R$ 5,2791, na esteira do otimismo com redução do tarifaço norte-americano ao Brasil após sinais amistosos do presidente dos EUA, Donald Trump, ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na Assembleia Geral da ONU. Trump disse que teve "excelente química" com o brasileiro, acrescentando que ambos devem se encontrar em breve.
Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY mostrou recuo modesto nesta sexta, mas encerra a semana acima da linha dos 98,000 pontos, com alta de cerca de 0,50%. O Dollar Index sobe ao redor de 0,30% em setembro. No ano, as perdas estão na casa de 9%.
O estrategista-chefe da Monte Bravo, Alexandre Mathias, afirma que a dinâmica do dólar em relação ao real esteve muito atrelada nesta semana ao desempenho do DXY, que flutuou ao sabor das apostas sobre o tamanho do corte de juros que o Fed vai promover nos próximos meses.
Mathias destaca que houve uma recuperação global do dólar na esteira de fala mais cautelosa do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e de dados de seguro-desemprego. A leitura comportada da inflação divulgada nesta sexta, contudo, sugere que o impacto das tarifas será menor sobre os preços do que o esperado, abrindo espaço para o Fed seguir cortando os juros com a intenção de proteger o mercado de trabalho.
"A inflação que importa foi a que saiu hoje e está comportada. A dúvida é quando o Fed vai cortar. Nossa visão é que ele faz três cortes seguidos, dois neste ano e um em janeiro", afirma Mathias "Com um cenário de dólar global estável ou caindo um pouco, com o Fed cortando juros, e fluxo para emergentes, o real pode se apreciar um pouco mais em outubro."
Principal indicador do dia, o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos EUA e seu núcleo vieram dentro das expectativas na passagem de julho para agosto e na comparação anual. Já o índice de sentimento do consumidor americano elaborado pela Universidade de Michigan caiu de 58,2 em agosto para 55,1 em setembro, abaixo da previsão de analistas (55,9).
Embora veja espaço para o real se apreciar no curto prazo, o estrategista-chefe da Monte Bravo prevê taxa de câmbio entre R$ 5,50 e R$ 5,80 no fim do ano. Ele destaca que o fluxo cambial é sazonalmente mais negativo em novembro e dezembro, com remessas de lucros e dividendos, e que a dinâmica ruim das transações correntes pode influenciar a formação da taxa de câmbio. "E temos ainda como fatores secundários o tema fiscal, que é permanentemente ruim, e a incerteza política", afirma Mathias.
Pela manhã, o BC informou que houve déficit em transações correntes de US$ 4,669 bilhões em agosto, abaixo da mediana da pesquisa Projeções Broadcast (-US$ 5,350 bilhões). Em 12 meses, o rombo passou de 3,66% (dado revisado) do Produto Interno Bruto (PIB) em julho para 3,51% em agosto, o menor desde janeiro, quando estava em 3,36%.
Os Investimentos Diretos no País (IDP) foram de US$ 7,989 bilhões em agosto, acima do teto das estimativas de Projeções Broadcast (US$ 7,290 bilhões). Em 12 meses, o IDP equivale a 3,18% do PIB e não cobre o buraco nas transações correntes.
Em um dia sem gatilhos claros para guiar os negócios, os juros futuros percorreram a segunda etapa do pregão desta sexta-feira em viés de queda nos vértices curtos e intermediários, em sintonia com o alívio proporcionado pelo recuo do dólar. Os vencimentos mais distantes, que também operavam no terreno negativo até o início da tarde, inverteram o sinal por volta das 15h30, seguindo a elevação dos Treasuries mais longos. O movimento foi considerado tímido por operadores, que também não viram um evento específico para a virada.
No fechamento, a taxa de contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 recuou de 14,067% no ajuste de quinta-feira a mínima intradiária de 14,015%. O DI para janeiro de 2028 cedeu de 13,371% no ajuste da véspera para mínima intradia de 13,315%. O DI para janeiro de 2029 marcou 13,225%, de 13,257% no ajuste antecedente. O DI para janeiro de 2031 passou de 13,349% no ajuste de ontem a 13,435%.
Para Eduardo Velho, economista-chefe da Equador Investimentos, no momento o mercado está mais focado no processo de relaxamento da política monetária americana, que favorece a valorização do câmbio por meio do aumento do diferencial de juros em relação à taxa básica dos EUA. "Isso cria espaço para o Banco Central reduzir os juros", disse, algo que, em sua visão, pode ocorrer em dezembro ou em janeiro, embora não esteja amplamente precificado pela curva.
"A assimetria da curva americana é mais baixista do que altista. Por isso, vejo esse pequeno movimento de alta nos juros mais longos mais como ajustes, em um dia sem condutores fortes", avalia. Divulgado hoje, o PCE avançou 0,2% em agosto ante julho, em linha com as projeções, assim como a comparação anual, que subiu 2,9%. Já o índice de sentimento do consumidor americano calculado pela Universidade de Michigan caiu para 55,1 em setembro, ante 58,2 em agosto, abaixo da previsão de analistas. Segundo Velho, o conjunto dos dados ainda aponta que há espaço para mais dois cortes nos EUA, o que tende a manter o dólar mais comportado por aqui, aliviando também o canal dos juros.
Apesar da sessão morna de hoje, o saldo da semana foi de ganho de inclinação da curva a termo, com relativa estabilidade na parte curta da curva e alta dos vencimentos mais longos. O IPCA-15 de agosto ficou aquém das expectativas do mercado, ao subir 0,48%, mas economistas avaliaram que as fortes deflações em preços de alguns serviços observadas no índice foram pontuais A ata do Copom foi interpretada por alguns agentes como ligeiramente mais 'dove' do que o comunicado que acompanhou a decisão de manter a Selic em 15%. No entanto, o Relatório de Política Monetária (RPM) trouxe manutenção das projeções de inflação em 3% até o primeiro trimestre de 2028 e revisou a estimativa de hiato do produto do BC para cima, de 0,5% a 0,7%.
Ao participar de evento do Citi no fim da manhã, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, reforçou a postura conservadora das últimas comunicações da autarquia, em declarações que pouco mexeram nas taxas futuras. Segundo Guillen, a instituição segue desconfortável com as expectativas inflacionárias desancoradas e as incertezas continuam elevadas, com riscos relacionados à governança, ao quadro fiscal e ao efeito da política tarifária dos Estados Unidos. O diretor também fez questão de reiterar que o mercado de trabalho permanece "resiliente e dinâmico".
Na próxima semana, os agentes estarão atentos aos resultados fiscais do governo central e do setor público consolidado, assim como a números do mercado de trabalho local e dos Estados Unidos A taxa de desemprego brasileira será divulgada pelo IBGE na terça-feira, enquanto, nos EUA, o payroll será conhecido na sexta. "Serão números com potencial de impactar os mercados - pela importância nas discussões de corte de juros - e parece-nos haver uma assimetria negativa, com riscos de números mais fracos que a previsão do consenso", avalia o Santander.
Da mínima ao pico desta sexta-feira, oscilou dos 145.145,81 aos 146.234,55 pontos, saindo de abertura aos 145.326,12 pontos. Ao fim, marcava leve ganho de 0,10% na sessão, aos 145.446,66 pontos, com giro financeiro reduzido a R$ 16,0 bilhões. No mês, o Ibovespa avança 2,85% e, no ano, tem alta de 20,92%.
"O Brasil tem caminhado junto com demais emergentes, não apenas os da América Latina, nesse movimento de rotação de ativos a partir dos Estados Unidos, e que deve prosseguir, na medida em que o governo Trump busca enfraquecer o dólar. Com o Federal Reserve dando sequência à queda de juros por lá, e a Selic ao que tudo indica ficando aonde já está 15% ao ano ao menos até janeiro do ano que vem, o carry trade segue muito atrativo. O que já é perceptível no fluxo estrangeiro para a Bolsa brasileira", aponta Cesar Mikail, gestor de renda variável na Western Asset. "Quando se coloca tudo em dólar, a bolsa brasileira está ali no grupo, junto com os demais emergentes", em linha, nem atrás nem à frente, destaca ele.
No ano, até o dia 24, o fluxo de capital externo está positivo em R$ 25,618 bilhões na B3, conforme dados da Bolsa. E no mês de setembro, até a mesma data, houve entrada de R$ 4,373 bilhões por parte de estrangeiros, resultado de compras acumuladas de R$ 231,571 bilhões e vendas de R$ 227,198 bilhões.
Para Bruna Centeno, economista e advisor na Blue3 Investimentos, a economia americana segue muito resiliente, conforme os mais recentes dados de atividade e inflação, o que coloca em dúvida dois outros cortes de juros pelo Fed ainda este ano, após a deflagração do ciclo de afrouxamento monetário nos Estados Unidos na semana passada. "Aquela expectativa de diferencial de juros ainda maior entre Brasil e Estados Unidos ficou um pouco mais distante, no momento", acrescenta.
Na B3, o desempenho da sessão foi positivo para os papéis dos maiores bancos, com destaque para Unit de Santander, em alta de 2,31%, na máxima do dia no fechamento. Entre as ações de commodities, Vale ON, principal papel do Ibovespa, mergulhou 1,92%, retirando fôlego do índice da B3. O fechamento foi moderadamente negativo para Petrobras, na ON (-0,63%) e na PN (-0,34%). Na ponta ganhadora do Ibovespa, Pão de Açúcar (+2,59%), Vamos (+2,51%) e ISA Energia (+2,48%). No lado oposto, Braskem (-14,81%), além de MRV (-2,01%) e Vale.
Os títulos de dívida (bonds) da Braskem 2028, de vencimento mais próximo e o principal compromisso financeiro da empresa no médio prazo, abriram em queda de 19% nesta sexta-feira em relação ao fechamento da quinta, diante das informações da empresa de contratação de assessores financeiro e jurídico para avaliar a estrutura de capital da petroquímica. O papel foi negociado a 51% do valor de face, segundo fontes que operam nas mesas de negociação de bonds em Nova York, reporta a jornalista Cynthia Decloedt, da Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
O quadro das expectativas para as ações na B3 no curtíssimo prazo mostra poucas alterações no Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira, em relação à edição anterior. Entre os participantes, a previsão de alta permanece majoritária, com fatia de 55,56%, ainda que abaixo dos 66,67% vistos na última pesquisa. A estimativa de baixa e de estabilidade avançaram, ambas, de 16,67% para 22,22%.
"Após os recordes recentes, o índice adota um compasso mais cauteloso, à espera da agenda econômica da próxima semana, que deve trazer dados importantes de atividade e inflação no Brasil", diz Christian Iarussi, economista e sócio da The Hill Capital. "Dia sem muitas notícias para mexer com o Ibovespa, em que o DI também ficou um tanto de lado, com o principal dado do dia, o índice PCE métrica preferida do Federal Reserve de inflação ao consumidor nos EUA, totalmente dentro do esperado", observa Rodrigo Alvarenga, sócio da One Investimentos.
Após dois pregões de alta firme, em que acumulou valorização de 1,62%, o dólar encerrou a sessão desta sexta-feira, 26, em queda moderada. O real se recuperou em meio a uma onda de desvalorização da moeda norte-americana, após ausência de surpresas negativas na inflação nos EUA e falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) sugerindo espaço para mais cortes de juros.
Com mínima de R$ 5,3360 e máxima de R$ 5,3663, o dólar à vista encerrou a sessão em baixa de 0,49%, a R$ 5,3360.
A divisa termina a semana com ganho de 0,32%, mas caminha para fechar o mês em queda. Até o momento, as perdas são de 1,55% em setembro e de 13,63% no ano.
Apesar de questões políticas domésticas, como as especulações em torno da disposição do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de entrar na corrida presidencial de 2026, analistas afirmam que a formação da taxa de câmbio esteve nesta semana muito atrelada ao comportamento global do dólar.
Uma exceção foi no pregão da terça-feira, 27, quando o dólar furou o piso de R$ 5,30 e fechou a R$ 5,2791, na esteira do otimismo com redução do tarifaço norte-americano ao Brasil após sinais amistosos do presidente dos EUA, Donald Trump, ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na Assembleia Geral da ONU. Trump disse que teve "excelente química" com o brasileiro, acrescentando que ambos devem se encontrar em breve.
Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY mostrou recuo modesto nesta sexta, mas encerra a semana acima da linha dos 98,000 pontos, com alta de cerca de 0,50%. O Dollar Index sobe ao redor de 0,30% em setembro. No ano, as perdas estão na casa de 9%.
O estrategista-chefe da Monte Bravo, Alexandre Mathias, afirma que a dinâmica do dólar em relação ao real esteve muito atrelada nesta semana ao desempenho do DXY, que flutuou ao sabor das apostas sobre o tamanho do corte de juros que o Fed vai promover nos próximos meses.
Mathias destaca que houve uma recuperação global do dólar na esteira de fala mais cautelosa do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e de dados de seguro-desemprego. A leitura comportada da inflação divulgada nesta sexta, contudo, sugere que o impacto das tarifas será menor sobre os preços do que o esperado, abrindo espaço para o Fed seguir cortando os juros com a intenção de proteger o mercado de trabalho.
"A inflação que importa foi a que saiu hoje e está comportada. A dúvida é quando o Fed vai cortar. Nossa visão é que ele faz três cortes seguidos, dois neste ano e um em janeiro", afirma Mathias "Com um cenário de dólar global estável ou caindo um pouco, com o Fed cortando juros, e fluxo para emergentes, o real pode se apreciar um pouco mais em outubro."
Principal indicador do dia, o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos EUA e seu núcleo vieram dentro das expectativas na passagem de julho para agosto e na comparação anual. Já o índice de sentimento do consumidor americano elaborado pela Universidade de Michigan caiu de 58,2 em agosto para 55,1 em setembro, abaixo da previsão de analistas (55,9).
Embora veja espaço para o real se apreciar no curto prazo, o estrategista-chefe da Monte Bravo prevê taxa de câmbio entre R$ 5,50 e R$ 5,80 no fim do ano. Ele destaca que o fluxo cambial é sazonalmente mais negativo em novembro e dezembro, com remessas de lucros e dividendos, e que a dinâmica ruim das transações correntes pode influenciar a formação da taxa de câmbio. "E temos ainda como fatores secundários o tema fiscal, que é permanentemente ruim, e a incerteza política", afirma Mathias.
Pela manhã, o BC informou que houve déficit em transações correntes de US$ 4,669 bilhões em agosto, abaixo da mediana da pesquisa Projeções Broadcast (-US$ 5,350 bilhões). Em 12 meses, o rombo passou de 3,66% (dado revisado) do Produto Interno Bruto (PIB) em julho para 3,51% em agosto, o menor desde janeiro, quando estava em 3,36%.
Os Investimentos Diretos no País (IDP) foram de US$ 7,989 bilhões em agosto, acima do teto das estimativas de Projeções Broadcast (US$ 7,290 bilhões). Em 12 meses, o IDP equivale a 3,18% do PIB e não cobre o buraco nas transações correntes.
Em um dia sem gatilhos claros para guiar os negócios, os juros futuros percorreram a segunda etapa do pregão desta sexta-feira em viés de queda nos vértices curtos e intermediários, em sintonia com o alívio proporcionado pelo recuo do dólar. Os vencimentos mais distantes, que também operavam no terreno negativo até o início da tarde, inverteram o sinal por volta das 15h30, seguindo a elevação dos Treasuries mais longos. O movimento foi considerado tímido por operadores, que também não viram um evento específico para a virada.
No fechamento, a taxa de contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 recuou de 14,067% no ajuste de quinta-feira a mínima intradiária de 14,015%. O DI para janeiro de 2028 cedeu de 13,371% no ajuste da véspera para mínima intradia de 13,315%. O DI para janeiro de 2029 marcou 13,225%, de 13,257% no ajuste antecedente. O DI para janeiro de 2031 passou de 13,349% no ajuste de ontem a 13,435%.
Para Eduardo Velho, economista-chefe da Equador Investimentos, no momento o mercado está mais focado no processo de relaxamento da política monetária americana, que favorece a valorização do câmbio por meio do aumento do diferencial de juros em relação à taxa básica dos EUA. "Isso cria espaço para o Banco Central reduzir os juros", disse, algo que, em sua visão, pode ocorrer em dezembro ou em janeiro, embora não esteja amplamente precificado pela curva.
"A assimetria da curva americana é mais baixista do que altista. Por isso, vejo esse pequeno movimento de alta nos juros mais longos mais como ajustes, em um dia sem condutores fortes", avalia. Divulgado hoje, o PCE avançou 0,2% em agosto ante julho, em linha com as projeções, assim como a comparação anual, que subiu 2,9%. Já o índice de sentimento do consumidor americano calculado pela Universidade de Michigan caiu para 55,1 em setembro, ante 58,2 em agosto, abaixo da previsão de analistas. Segundo Velho, o conjunto dos dados ainda aponta que há espaço para mais dois cortes nos EUA, o que tende a manter o dólar mais comportado por aqui, aliviando também o canal dos juros.
Apesar da sessão morna de hoje, o saldo da semana foi de ganho de inclinação da curva a termo, com relativa estabilidade na parte curta da curva e alta dos vencimentos mais longos. O IPCA-15 de agosto ficou aquém das expectativas do mercado, ao subir 0,48%, mas economistas avaliaram que as fortes deflações em preços de alguns serviços observadas no índice foram pontuais A ata do Copom foi interpretada por alguns agentes como ligeiramente mais 'dove' do que o comunicado que acompanhou a decisão de manter a Selic em 15%. No entanto, o Relatório de Política Monetária (RPM) trouxe manutenção das projeções de inflação em 3% até o primeiro trimestre de 2028 e revisou a estimativa de hiato do produto do BC para cima, de 0,5% a 0,7%.
Ao participar de evento do Citi no fim da manhã, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, reforçou a postura conservadora das últimas comunicações da autarquia, em declarações que pouco mexeram nas taxas futuras. Segundo Guillen, a instituição segue desconfortável com as expectativas inflacionárias desancoradas e as incertezas continuam elevadas, com riscos relacionados à governança, ao quadro fiscal e ao efeito da política tarifária dos Estados Unidos. O diretor também fez questão de reiterar que o mercado de trabalho permanece "resiliente e dinâmico".
Na próxima semana, os agentes estarão atentos aos resultados fiscais do governo central e do setor público consolidado, assim como a números do mercado de trabalho local e dos Estados Unidos A taxa de desemprego brasileira será divulgada pelo IBGE na terça-feira, enquanto, nos EUA, o payroll será conhecido na sexta. "Serão números com potencial de impactar os mercados - pela importância nas discussões de corte de juros - e parece-nos haver uma assimetria negativa, com riscos de números mais fracos que a previsão do consenso", avalia o Santander.