BRASÍLIA - O governo brasileiro ainda não tem a data nem o formato da conversa entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump sobre o tarifaço imposto pelos Estados Unidos a produtos nacionais.
Ainda assim, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou, nesta segunda-feira (29/9), que o Brasil está "otimista" em relação às tratativas.
"Não há ainda informação sobre a data e o tipo do encontro, mas entendo que será um passo importante para que possamos avançar", declarou Alckmin em entrevista à rádio CBN.
Na última semana, Lula e Trump trocaram gestos de aproximação, o que aumentou a expectativa em torno do diálogo entre os dois. Segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, a conversa deve ocorrer por telefonema ou videoconferência.
Alckmin reforçou que o Brasil não representa um problema para os Estados Unidos. "Os EUA têm superávit na balança comercial com o Brasil. Estamos confiantes e vamos aguardar os próximos dias para avançar nas negociações", disse.
Em relação aos minerais estratégicos, o vice-presidente destacou que o Brasil possui um subsolo rico, com terras raras e minerais importantes. Ele afirmou que a ideia é gerar valor dentro do país e aproveitar melhor as oportunidades de integração produtiva.
Taxa básica de juros
Alckmin também comentou o cenário interno e defendeu uma redução mais rápida da taxa Selic, atualmente em 15% ao ano. Para ele, uma queda mais acelerada ajudaria a aliviar o custo do crédito e a reduzir a dívida pública.
O vice-presidente argumentou ainda que a queda do dólar e dos preços dos alimentos já contribui para derrubar a inflação, o que reforça o espaço para cortes mais recorrentes.