
Musica
15/09/2025 10:32
Fonte: Diario de Cuiabá
Por: Diario de Cuiabá
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Família de Tenório Jr. diz sentir 'alívio e tristeza' após identificação do corpo | Diario de Cuiabá
Pianista carioca Francisco Tenório Cerqueira Jr. em 1964, 12 anos antes de desaparecer na Argentina, onde foi preso, torturado e morto, durante o golpe militar
A família do pianista Francisco Tenório Cerqueira Júnior, o Tenório Jr., recebeu com um misto de alívio e tristeza a confirmação da identificação do corpo do músico, encontrado quase 50 anos após sua morte. A Equipe Argentina de Antropologia Forense (EAAF) confirmou ter identificado oficialmente os restos mortais do pianista, desaparecido em 18 de março de 1976 na cidade de Buenos Aires, após ser assassinado pela ditadura argentina e enterrado como desconhecido.
Um homem com barba e óculos, vestindo uma camisa preta, está sentado e olhando para baixo, com uma expressão pensativa. Ele está tocando o pescoço com a mão esquerda. O fundo é desfocado, sugerindo um ambiente interno.Pianista carioca Francisco Tenório Cerqueira Jr. em 1964, 12 anos antes de desaparecer na Argentina, onde foi preso, torturado e morto, durante o golpe militar"Alívio porque, finalmente, podemos saber com mais segurança o que aconteceu com ele naquele triste março de 1976. De alguma maneira, estaremos mais próximos. Tristeza pela confirmação de que Tenório foi vítima da violência e enterrado como um desconhecido, longe da família, dos amigos, dos parceiros de música", escreveram em nota os filhos Elisa Andrea, Francisco e Margarida Maria.
Tenório, aos 35 anos, deixou cinco filhos que cresceram sem a presença paterna e uma mãe, Carmen, que enfrentou dificuldades para criá-los sozinha. O filho mais novo nasceu um mês após o desaparecimento do pai. Além dos filhos, Tenório Jr. não pôde conhecer seus oito netos.
Na carta, os filhos afirmam que durante décadas alimentaram a esperança de rever o "Papú", como carinhosamente chamavam Tenório Jr. "Com o tempo, compreendemos que não teríamos mais respostas. Que teríamos que conviver sem saber o que aconteceu de fato. É um choque saber que ele estava lá o tempo todo", escreveram.
Neste fim de semana, a equipe argentina anunciou ter verificado que o brasileiro foi sepultado no cemitério de Benavídez, na província de Buenos Aires, sem qualquer documento de identidade. De acordo com a EAAF, não há possibilidade de recuperar o corpo, pois os restos mortais foram identificados através de registros e evidências forenses.
O corpo foi reconhecido por meio de impressões digitais, confirmando que a morte ocorreu dois dias após o sequestro, em 18 de março de 1976.
Agora os filhos buscam respostas sobre as circunstâncias da morte e defendem a necessidade de uma nova investigação. "Quem matou Tenório? Por quê? Por que matar um homem sem nenhum envolvimento político, que só vivia para a música? Durante anos ouvimos versões e histórias que agora se revelam falsas", questionaram.
Além de agradecer à EAAF, os familiares reforçaram a necessidade de uma nova investigação "em nome da memória que não pode se perder". "Esperamos que, desta vez, as autoridades possam nos dizer o que aconteceu. A dor não irá embora nunca, mas a justiça pode trazer conforto", finalizaram.
A equipe forense conduzirá uma investigação para determinar as circunstâncias exatas da morte.
Tenório Jr. estava em turnê com Vinicius de Moraes quando desapareceu na madrugada de 18 de março de 1976, deixando apenas um bilhete para Toquinho. O pianista, nascido em 1941, era reconhecido por seu talento no samba-jazz e bossa-jazz, tendo colaborado com grandes nomes da música brasileira.
Seu desaparecimento gerou especulações sobre uma possível confusão de identidade com subversivos políticos, evidenciando a brutalidade indiscriminada da repressão durante a ditadura argentina.
A família do pianista Francisco Tenório Cerqueira Júnior, o Tenório Jr., recebeu com um misto de alívio e tristeza a confirmação da identificação do corpo do músico, encontrado quase 50 anos após sua morte. A Equipe Argentina de Antropologia Forense (EAAF) confirmou ter identificado oficialmente os restos mortais do pianista, desaparecido em 18 de março de 1976 na cidade de Buenos Aires, após ser assassinado pela ditadura argentina e enterrado como desconhecido.
Um homem com barba e óculos, vestindo uma camisa preta, está sentado e olhando para baixo, com uma expressão pensativa. Ele está tocando o pescoço com a mão esquerda. O fundo é desfocado, sugerindo um ambiente interno.Pianista carioca Francisco Tenório Cerqueira Jr. em 1964, 12 anos antes de desaparecer na Argentina, onde foi preso, torturado e morto, durante o golpe militar"Alívio porque, finalmente, podemos saber com mais segurança o que aconteceu com ele naquele triste março de 1976. De alguma maneira, estaremos mais próximos. Tristeza pela confirmação de que Tenório foi vítima da violência e enterrado como um desconhecido, longe da família, dos amigos, dos parceiros de música", escreveram em nota os filhos Elisa Andrea, Francisco e Margarida Maria.
Tenório, aos 35 anos, deixou cinco filhos que cresceram sem a presença paterna e uma mãe, Carmen, que enfrentou dificuldades para criá-los sozinha. O filho mais novo nasceu um mês após o desaparecimento do pai. Além dos filhos, Tenório Jr. não pôde conhecer seus oito netos.
Na carta, os filhos afirmam que durante décadas alimentaram a esperança de rever o "Papú", como carinhosamente chamavam Tenório Jr. "Com o tempo, compreendemos que não teríamos mais respostas. Que teríamos que conviver sem saber o que aconteceu de fato. É um choque saber que ele estava lá o tempo todo", escreveram.
Neste fim de semana, a equipe argentina anunciou ter verificado que o brasileiro foi sepultado no cemitério de Benavídez, na província de Buenos Aires, sem qualquer documento de identidade. De acordo com a EAAF, não há possibilidade de recuperar o corpo, pois os restos mortais foram identificados através de registros e evidências forenses.
O corpo foi reconhecido por meio de impressões digitais, confirmando que a morte ocorreu dois dias após o sequestro, em 18 de março de 1976.
Agora os filhos buscam respostas sobre as circunstâncias da morte e defendem a necessidade de uma nova investigação. "Quem matou Tenório? Por quê? Por que matar um homem sem nenhum envolvimento político, que só vivia para a música? Durante anos ouvimos versões e histórias que agora se revelam falsas", questionaram.
Além de agradecer à EAAF, os familiares reforçaram a necessidade de uma nova investigação "em nome da memória que não pode se perder". "Esperamos que, desta vez, as autoridades possam nos dizer o que aconteceu. A dor não irá embora nunca, mas a justiça pode trazer conforto", finalizaram.
A equipe forense conduzirá uma investigação para determinar as circunstâncias exatas da morte.
Tenório Jr. estava em turnê com Vinicius de Moraes quando desapareceu na madrugada de 18 de março de 1976, deixando apenas um bilhete para Toquinho. O pianista, nascido em 1941, era reconhecido por seu talento no samba-jazz e bossa-jazz, tendo colaborado com grandes nomes da música brasileira.
Seu desaparecimento gerou especulações sobre uma possível confusão de identidade com subversivos políticos, evidenciando a brutalidade indiscriminada da repressão durante a ditadura argentina.