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Empreendedorismo na veia
Geral 15/09/2025 11:09 Fonte: Agência de Notícias Brasil-Árabe Por: Agência de Notícias Brasil-Árabe Relevância: 25

Empreendedorismo na veia

São Paulo - Quando tinha apenas 22 anos, Omar Hassan El Eis abriu uma loja de piscinas no Rio de Janeiro. A oportunidade veio por causa do irmão mais velho, Alexandre, que já tinha uma franquia da iGUi em Itaboraí (RJ). Primeiro Omar trabalhou para o irmão, com quem aprendeu tudo sobre o ramo, e agarrou a chance de ser ele também um franqueado de piscinas de fibra.

Quase vinte anos depois, ele é um multifranqueado com três unidades da marca: a iGUi CasaShopping, maior loja de piscinas do Rio; a Splash Avenida Brasil, no mesmo ponto onde abriu sua primeira loja, e a TRATABEM Barra da Tijuca, unidade destinada ao pós-venda, limpeza e manutenção de piscinas. Sua equipe tem, hoje, 18 pessoas, além de prestadores de serviço.

Nascido em Dourados, no Mato Grosso do Sul, Omar cresceu no interior do Rio Grande do Sul, onde deu os primeiros passos profissionais na agência de turismo da mãe, até mudar mais uma vez de estado para ir trabalhar com o irmão. Caçula de quatro filhos, seus pais sempre tiveram seus negócios próprios. O pai veio da Palestina em 1966, a convite do irmão, que já estava estabelecido em Toledo (PR).

Lá ele começou trabalhando de porta em porta, vendendo de tudo. A comunidade árabe estava espalhada e, em um casamento no Rio Grande do Sul, meu pai conheceu minha mãe, filha de palestino também, da mesma cidade dele, Kobar", conta o empresário. Os pais se casaram em 1977 e, em seguida, se mudaram para Dourados, onde tiveram quatro filhos.

Em 1985, mesmo ano em que Omar nasceu, a família se mudou para o Rio Grande do Sul, onde estavam outros parentes, tanto do lado da mãe quanto do pai que, até hoje, aos 78 anos, mantém a rotina de ir para a loja de utilidades domésticas que tem em Parobé (RS).

"Eu queria ser jogador de futebol (risos). Mas sempre tive tino empreendedor: era líder de turma, fui presidente do Leo Clube (grupo de jovens do Lions Clube), e cresci vendo o exemplo dos meus pais, que tinham suas próprias empresas", diz Omar, aos 40 anos. Ele chegou a entrar em uma faculdade de Administração quando ainda vivia no Sul, mas trancou quando se mudou para o Rio de Janeiro.

Trabalhar com piscinas logo cedo foi uma oportunidade que chegou ao acaso, mas que ele logo abraçou. Rapidamente entendeu o mercado e, com ele, cresceu. "Sempre tive a ambição de crescer profissional e financeiramente. Acho que peguei uma época muito boa, de muitas oportunidades, e enxergava no negócio grandes possibilidades de crescimento para minha empresa, enquanto a franqueadora também expandia", explica.

Com quase duas décadas na área, e na mesma empresa, ele segue se aperfeiçoando e expandindo os negócios - desde o formato antigo da iGUi, com piscinas de fibra, até esta nova era, com piscinas de alto padrão. "Estamos alinhando toda a equipe para o mercado de alto padrão, nos especializando tanto na parte técnica quanto nas instalações, para reforçar o rótulo de referência nesse segmento", diz. "A iGUi tem trazido novidades para o setor de piscinas e, nesse sentido, temos participado de muitas feiras de arquitetura, além de organizar pequenos comitês de profissionais para visitas à fábrica. Tudo voltado a difundir nosso produto no mercado de arquitetura."

Criada em 1995, em Gravataí (RS), a iGUi é a maior produtora de piscinas pré-fabricadas do mundo, presente em mais de 60 países, incluindo no Oriente Médio. Em 2008, a marca foi franqueada e a sede transferida para Cedral, região de São José do Rio Preto (SP). Com 30 anos de mercado, a rede conta com mais de 1.200 unidades em todo o mundo, entre fábricas, centros de distribuição e lojas iGUi; além de franquias e lojas Splash e TRATABEM no país. São 40 fábricas e centros de distribuição no Brasil, Argentina, Paraguai, México, Portugal e Estados Unidos.

Há 60 anos vivendo no Brasil, o patriarca da família faz o Ramadã, usa expressões em árabe e mantém alguns costumes palestinos. Os filhos o acompanham em algumas tradições. Mas, dentro de sua própria casa, com seus filhos de 14 e sete anos, os costumes ficaram um pouco para trás. "Sendo honesto, não temos tradições árabes no dia a dia da nossa casa. Eles conhecem bastante da história do avô e, quando estão com ele, vivenciam um pouco mais", conta. "E o restaurante favorito da família é árabe, claro".

Afinal, é a comida - e o tino para os negócios - o que frequentemente permanece nas gerações brasileiras descendentes de árabes. "Maclub, homus, tabule, coalhada são algumas das comidas que gosto bastante. Quando visitamos os parentes na Palestina, em 2016, a comida era sempre em abundância -- as refeições são verdadeiros eventos em família. Foi muito especial provar de tudo lá."

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