BRASÍLIA - A reunião desta quinta-feira (18/9) da CPMI do INSS foi marcada por um bate-boca entre a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) e o relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL). A congressista acusou Gaspar de não respeitar as mulheres do colegiado.
O relator respondeu à senadora e declarou que a CPI não era um "circo". Gaspar insinuou que Eliziane temeria a convocação de um de seus irmãos. Porém, integrantes da base governista interpretaram a fala como uma tentativa de intimidação e, logo, começou um bate-boca generalizado.
"Ah, tigrão pra cima de mim agora é? Me respeite, senhor deputado. Você pensa que está falando com quem? Olha como o relator é: quando é pra falar com uma deputada é desse jeito, mas quando é pra falar com homem é de uma educação", disse a senadora.
A confusão ocorreu durante o depoimento do advogado Nelson Wilians, que foi alvo de operação da Polícia Federal. Após a escalada de tensão, o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), pediu ordem.
Guerra de narrativas
O esquema de corrupção no INSS, revelado pela PF em abril deste ano, apontou que os prejuízos bilionários para beneficiários ocorreram entre 2019 e 2024. Sindicatos e associações de aposentados descontavam mensalidades dos beneficiários sem autorização.
Desde a instalação da CPMI, em agosto, integrantes da base governista, que são ligados a Lula, e da oposição, aliada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), disputam a narrativa sobre as irregularidades. Cada lado acusa o outro de responsabilidade pelo esquema de corrupção contra aposentados.