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Com anistia travada, aliados de Bolsonaro criticam dosimetria e pressionam Motta e Alcolumbre
Geral 07/10/2025 21:42 Fonte: O TEMPO Por: O TEMPO Relevância: 15

Com anistia travada, aliados de Bolsonaro criticam dosimetria e pressionam Motta e Alcolumbre

BRASÍLIA - Com a anistia ampla, geral e irrestrita sem força no Congresso Nacional, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) avançaram discursos sobre os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-SP), nesta terça-feira (7/10).
Em ato em Brasília (DF), senadores e deputados federais criticaram a proposta de dosimetria sobre a mesa. Também participaram o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e o pastor Silas Malafaia, um dos organizadores.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também participou de cima de um trio elétrico. Ao lado da mãe e da irmã de Débora Rodrigues dos Santos, conhecida como "Débora do batom", Michelle alegou que o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já foi anistiado.
"Anistia é constitucional e o próprio Lula em 1988 votou a favor [na promulgação da Constituição]. Lula, [o ex-presidente] Fernando Henrique Cardoso, [o vice-presidente Geraldo] Alckmin e [o ex-presidente Michel] Temer, que veio agora com esse papo de dosimetria", criticou.
Apesar de ter se colocado à disposição para ser candidata à presidência em 2026 em entrevista ao jornal britânico The Daily Telegraph, Michelle ressaltou que Bolsonaro é o "grande líder da direita".
"Jair Messias Bolsonaro é um grande líder do Brasil, é o grande líder da direita. [...] Nós já estávamos fora do Brasil (em 8 de janeiro de 2023) é a polícia e o Exército já eram do atual governo", argumentou Michelle, ao tentar eximir o marido da condenação por tentativa de golpe de Estado.
Em discurso inflamado, o senador Magno Malta (PL-ES) apontou que não é competência do Congresso Nacional discutir a redução de penas. "Anistia, sim, é coisa de Legislativo. Quem precisa de anistia é (o ministro) Alexandre de Moraes, porque cometeu um crime. Nós estamos pedindo anistia para quem nunca um crime cometeu", atacou, apesar de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter condenado os envolvidos em cinco crimes diferentes.
Magno ainda ironizou as projeções de que o Senado derrubaria uma anistia ampla, geral e irrestrita aprovada pela Câmara, como foi a PEC da Blindagem. "Passa primeiro na Câmara e depois passa no Senado. Davi Alcolumbre, nós vamos para cima de você", ameaçou. O senador também minimizou uma eventual declaração de inconstitucionalidade do STF. "Deixa o STF derrubar, porque a mão de Deus está sobre nós", emendou.
A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) argumentou que o Brasil já concedeu outras anistias. "E sabem quem foi anistiado? Terrorista, sequestrador, homicida, pessoas que explodiram caixas de banco etc. Elas foram anistiadas e recebem até hoje indenizações do Estado. [...] Queremos que brasileiros que estejam fora do país, no autoexílio, possam voltar e abraçar as famílias", disse.
O deputado federal Domingos Sávio (PL-MG), por sua vez, apontou que todo o julgamento do STF deveria ser anulado. "Nem deveríamos estar falando em anistia, mas anulação completa", frisou o deputado. "Mas de maneira cruel o carrasco Alexandre de Moraes ignorou o voto brilhante do ministro Luiz Fux. Nós deveríamos anular, mas o Congresso não tem o poder constitucional de anular, tem o poder da anistia", acrescentou.
Assim como Domingos, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) subiu o tom contra Moraes, quem chamou de "miserável" é responsável por fazer uma "perseguição implacável" a Bolsonaro. " A nossa força não vem de um político, de um pastor, mas do senhor e é por isso que estamos aqui hoje. Ali, naquele Congresso, nós daremos um grito de liberdade de anistia já, porque o Brasil é nosso", disse.
Em tom mais comedido, sem críticas a Alcolumbre e Motta, o filho de Bolsonaro e senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se resumiu a falar que a oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está "a um passo" de conseguir aprovar a anistia. Flávio, que pontuou que "não está sendo fácil" direcionou os ataques ao PT. "A gente não vai esperar o Brasil cair no precipício para acordar", apontou.
Apesar de Motta ter levado a urgência de uma proposta de anistia ao plenário da Câmara, o presidente designou o deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP) como relator para construir um texto que não anistie os condenados por tentativa de golpe de Estado. O presidente nacional do Solidariedade trabalha por uma matéria que reduza as penas previstas.

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