
Geral
25/09/2025 06:27
Fonte: Correio Braziliense
Por: Correio Braziliense
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Acidificação dos oceanos ultrapassa limite seguro
Enchente em Lajeado (RS): catástrofe no Sul do Brasil é citada no estudo - (crédito: AGEU KEHRWALD )
O planeta está se aproximando de um ponto de inflexão crítico, com a ultrapassagem de mais uma fronteira essencial para a estabilidade da Terra. O mais recente relatório do Planetary Boundaries Science Lab, do Instituto de Pesquisa de Impacto Climático de Potsdam (PIK), na Holanda, revela que a acidificação dos oceanos, impulsionada pela emissão de gases de efeito estufa e pelo desmatamento, ultrapassou pela primeira vez o limite considerado seguro. Esse é o sétimo de nove limiares planetários superados, evidenciando um cenário alarmante de degradação ambiental.
O estudo, que faz parte do Planetary Health Check 2025, destaca um aumento de limites suplantados em relação ao ano passado, quando seis índices estavam em risco. Além da acidificação dos oceanos, outros aspectos na fronteira da estabilidade incluem mudanças climáticas, alterações no uso da terra, integridade da biosfera, alterações nos fluxos biogeoquímicos, uso de água doce e o impacto de subprodutos químicos e organismos. Apenas a camada de ozônio e a carga de aerossóis permanecem dentro dos níveis de segurança.
A acidificação dos oceanos, um fenômeno relacionado à emissão de CO2 na atmosfera, tem impactos profundos e diretos na vida marinha. A água do mar, que já acumula níveis elevados de dióxido de carbono, tem se tornado progressivamente mais ácida, afetando a biodiversidade marinha. Diversas formas de vida, como corais, moluscos, entre outros, apresentam sinais de danos.
"Estamos caminhando na direção errada", afirmou Levke Caesar, colíder do Planetary Boundaries Science Lab e coautora do relatório. "O oceano está se tornando mais ácido, os níveis de oxigênio estão caindo e as ondas de calor marinhas estão se intensificando. Isso aumenta a pressão sobre um sistema vital para estabilizar as condições do planeta." Para Caesar, as consequências vão além do impacto direto nos oceanos, afetando a estabilidade climática global e, em última instância, o bem-estar humano.
O estudo também destaca o papel vital do oceano para manutenção do clima da Terra, capaz de gerar oxigênio, regular as condições climáticas e sustentar uma grande diversidade biológica. A oceanógrafa Sylvia Earle alertou para a urgência de proteger os mares. "O oceano é o sistema de suporte de vida do nosso planeta. Sem mares saudáveis, não há planeta saudável. A acidificação é uma luz vermelha piscando no painel de controle da estabilidade da Terra", afirmou Earle, em coletiva.
O conceito das fronteiras planetárias, desenvolvido por cientistas do PIK, foi criado para identificar os limites dentro dos quais o planeta pode operar sem comprometer a própria estabilidade. Esses marcos representam os processos interconectados que sustentam a vida na Terra, desde a regulação do clima até a manutenção da biodiversidade. Quando as fronteiras da segurança são ultrapassadas, o risco de mudanças irreversíveis e de instabilidade global aumenta drasticamente.
"Estamos diante de uma emergência planetária", alertou J.M. Santos, presidente dos Planetary Guardians. "A ultrapassagem da fronteira da acidificação dos oceanos é um alerta científico contundente e um chamado moral à ação. Sem oceanos saudáveis, paz, prosperidade e estabilidade estão em risco em toda parte", disse.
Além dos danos aos oceanos, o relatório pontuou eventos extremos, como inundações e secas, que têm se intensificado em várias regiões do mundo, incluindo o Brasil. As enchentes no Rio Grande do Sul, em 2024 e 2025, foram um dos acontecimentos mais dramáticos, enquanto secas severas afetaram a agricultura e a segurança hídrica.
Segundo os cientistas, essas catástrofes estão diretamente ligadas à mudança climática e à degradação ambiental, exacerbadas pela ação humana. No entanto, o relatório também ressalta que políticas públicas eficazes podem reverter algumas dessas tendências, como evidenciado pela recuperação da camada de ozônio e a queda na poluição por aerossóis.
O planeta está se aproximando de um ponto de inflexão crítico, com a ultrapassagem de mais uma fronteira essencial para a estabilidade da Terra. O mais recente relatório do Planetary Boundaries Science Lab, do Instituto de Pesquisa de Impacto Climático de Potsdam (PIK), na Holanda, revela que a acidificação dos oceanos, impulsionada pela emissão de gases de efeito estufa e pelo desmatamento, ultrapassou pela primeira vez o limite considerado seguro. Esse é o sétimo de nove limiares planetários superados, evidenciando um cenário alarmante de degradação ambiental.
O estudo, que faz parte do Planetary Health Check 2025, destaca um aumento de limites suplantados em relação ao ano passado, quando seis índices estavam em risco. Além da acidificação dos oceanos, outros aspectos na fronteira da estabilidade incluem mudanças climáticas, alterações no uso da terra, integridade da biosfera, alterações nos fluxos biogeoquímicos, uso de água doce e o impacto de subprodutos químicos e organismos. Apenas a camada de ozônio e a carga de aerossóis permanecem dentro dos níveis de segurança.
A acidificação dos oceanos, um fenômeno relacionado à emissão de CO2 na atmosfera, tem impactos profundos e diretos na vida marinha. A água do mar, que já acumula níveis elevados de dióxido de carbono, tem se tornado progressivamente mais ácida, afetando a biodiversidade marinha. Diversas formas de vida, como corais, moluscos, entre outros, apresentam sinais de danos.
"Estamos caminhando na direção errada", afirmou Levke Caesar, colíder do Planetary Boundaries Science Lab e coautora do relatório. "O oceano está se tornando mais ácido, os níveis de oxigênio estão caindo e as ondas de calor marinhas estão se intensificando. Isso aumenta a pressão sobre um sistema vital para estabilizar as condições do planeta." Para Caesar, as consequências vão além do impacto direto nos oceanos, afetando a estabilidade climática global e, em última instância, o bem-estar humano.
O estudo também destaca o papel vital do oceano para manutenção do clima da Terra, capaz de gerar oxigênio, regular as condições climáticas e sustentar uma grande diversidade biológica. A oceanógrafa Sylvia Earle alertou para a urgência de proteger os mares. "O oceano é o sistema de suporte de vida do nosso planeta. Sem mares saudáveis, não há planeta saudável. A acidificação é uma luz vermelha piscando no painel de controle da estabilidade da Terra", afirmou Earle, em coletiva.
O conceito das fronteiras planetárias, desenvolvido por cientistas do PIK, foi criado para identificar os limites dentro dos quais o planeta pode operar sem comprometer a própria estabilidade. Esses marcos representam os processos interconectados que sustentam a vida na Terra, desde a regulação do clima até a manutenção da biodiversidade. Quando as fronteiras da segurança são ultrapassadas, o risco de mudanças irreversíveis e de instabilidade global aumenta drasticamente.
"Estamos diante de uma emergência planetária", alertou J.M. Santos, presidente dos Planetary Guardians. "A ultrapassagem da fronteira da acidificação dos oceanos é um alerta científico contundente e um chamado moral à ação. Sem oceanos saudáveis, paz, prosperidade e estabilidade estão em risco em toda parte", disse.
Além dos danos aos oceanos, o relatório pontuou eventos extremos, como inundações e secas, que têm se intensificado em várias regiões do mundo, incluindo o Brasil. As enchentes no Rio Grande do Sul, em 2024 e 2025, foram um dos acontecimentos mais dramáticos, enquanto secas severas afetaram a agricultura e a segurança hídrica.
Segundo os cientistas, essas catástrofes estão diretamente ligadas à mudança climática e à degradação ambiental, exacerbadas pela ação humana. No entanto, o relatório também ressalta que políticas públicas eficazes podem reverter algumas dessas tendências, como evidenciado pela recuperação da camada de ozônio e a queda na poluição por aerossóis.